O EXECUTIVO
O EXECUTIVO Podcast
FOFOCAS QUE MATAM
2
0:00
-7:43

FOFOCAS QUE MATAM

E a responsabilidade dos executivos nisso
2

Como você lida com as fofocas em sua empresa?

Toda vez que um executivo, em meio a um treinamento me pergunta sobre como eliminar as fofocas dentro da empresa, imediatamente insiro a resposta no trabalho.

O motivo disso é que a fofoca literalmente mata o clima organizacional, os relacionamentos e, consequentemente a articulação das pessoas e departamentos.

O resultado é a morte da estratégia da empresa.

Portanto, não adianta treinar os executivos para serem os melhores líderes possíveis em um contexto doente. Eles precisam aprender a saná-lo para o bem da lucratividade e do crescimento da empresa.

Se devemos ter essa preocupação com o tema dentro das companhias, mais atentos devemos estar com relação aos resultados de nossas ações, como executivos, na sociedade, especialmente nos jovens.

Principalmente porque o resultado pode nos atingir também.

A morte da menina Jéssica Vitória, devido a uma fofoca propagada por uma rede de influenciadores deveria fazer os executivos se perguntarem:

Qual foi a minha responsabilidade nisso?

Afinal, é notório que existe uma ação ordenada para disseminar idéias invertidas sobre beleza, música e comportamento na qual:

O feio é considerado belo.

A evidente falta de afinação, ritmo e harmonia considerada música.

E a indecência considerada um comportamento modelo.

Entretanto, para que isso seja propagado é necessário muito dinheiro.

Portanto, a pergunta acima pode ser respondida ao se observar como os executivos de marketing alocam suas verbas.

Para quais agências, celebridades e influenciadores?

Afinal, é essa estrutura que dissemina as idéias invertidas mencionadas acima e o fazem com o cinismo de dizer que agora as coisas mudaram e que as novas gerações são assim mesmo.

Entretanto, quem molda as novas gerações são as gerações antigas.

As idéias não surgem e se propagam do nada. Há sempre uma fonte, um indivíduo e um grupo que lhes dão uma gênese. Isto é, nascimento, crescimento e disseminação.

Hoje vivemos em um mundo coalhado de propaganda para todo lado.

Os interesses são tão encobertos que a maioria acha que as coisas acontecem por acaso e coincidência. Mas, ao analisar as pessoas envolvidas e as articulações é possível ver que há uma inteligência por trás.

Se não fosse assim, as celebridades envolvidas com a agência e os influenciadores em questão não teriam apagado suas contas no twitter (x).

E a mídia tradicional não teria demorado tanto a divulgar o caso.

Sempre que a mídia demora para dar uma notícia é porque está combinando o jogo. Deste modo, quando finalmente mostra o tema, é notória a coordenação de idéias semelhantes e com o mesmo viés de análise. Nunca há alguém discordante e a repetição das mesmas mensagens é ad infinitum.

O resultado é, por vezes, trágico.

O TIRO PELA CULATRA

O pior é que este resultado se volta contra os próprios executivos que fomentam essas idéias que estão literalmente destruindo nossa cultura.

Eu me lembro, por volta de 2005, quando pela primeira vez ouvi um diretor, prestes a se aposentar, comentar comigo que tomava uma garrafa de vinho por dia. E ele não o dizia com preocupação, mas como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Ao mesmo tempo, sua filha, com 20 anos, tomava remédios controlados para ansiedade e síndromes psicóticas.

De lá para cá, vejo executivos usarem muito álcool e drogas como distração da realidade, seus filhos deprimidos e seus casamentos destruídos.

É este o sucesso que desejamos?


O DINHEIRO TRISTE

Quando eu dava cursos sobre marketing pessoal, sempre alertava aos executivos que: “sucesso não traz felicidade, mas permite a você ir chorar em Roma, Paris, Milão, Nova York...”

Nunca imaginei que isto se tornaria tão real e frequente como agora.

Algumas famílias somente se mantêm porque podem usufruir da frequência de viagens internacionais, restaurantes e bons vinhos. Ou seja, seus laços são sustentados pela tênue linha da moeda. Se ela faltar, o que será dessas famílias?

À BEIRA DO PRECIPÍCIO

Então a pergunta que fica é, onde está a saída?

Bem, quando você está à beira de um precipício, progredir é engatar a marcha a ré.

No passado, admirávamos e tínhamos como modelo pessoas que amavam a verdade, a boa música, a cultura e que se dedicavam a adquirir uma moralidade cada vez mais elevada e com vistas à eternidade – isto é, a como seriam lembradas e, principalmente, julgadas por Deus.

Você consegue imaginar alguém como São Tomás de Aquino que era tão bom na busca e na expressão da verdade que foi visitado pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, a cumprimentá-lo por ter escrito bem a seu respeito?

Hoje, as pessoas seguem influencers que se dizem preocupados em aumentar o consumo de fibras.

Foto: https://www.opensador.com.br

Você pode visualizar o longo e deprimente caminho que percorremos saindo da admiração de alguém capaz de impressionar a Deus, para alguém preocupado em impressionar as pessoas porque consegue fazer seu intestino funcionar?

Então, acho que é o momento de fazermos o percurso de volta.

A PERGUNTA INESCAPÁVEL

Mas, para isso, há uma pergunta inescapável para todo executivo:

“O que você não está disposto a fazer para ter lucro?”

Ou seja, todas as nossas qualidades somente produzem o resultado que desejamos até certo limite, depois do qual elas começam a produzir efeitos indesejados.

Se somos bons na geração de lucro para a empresa, para nosso bônus e conforto, mas para isso temos de fomentar a destruição de nossa cultura, moralidade, sociedade e consequentemente nossos filhos, é evidente que passamos do limite.

É o momento de começarmos a pensar em como fomentar a verdade, a moralidade e idéias elevadas e descobrir um caminho para lucrar muito com isso.

Um trabalho gigante a ser feito, mas que vale a pena pois a estrada que estamos percorrendo a alta velocidade está destruindo as novas gerações, nossos filhos, nossas famílias e a nós mesmos.

De que adianta vender a alma ao diabo para viver bem por um tempo, mas colher o inferno no final?

LUCRO VERDADEIRO E DURADOURO

Portanto, como executivos, temos de criar novamente ao redor das empresas e marcas uma comunidade com valores, propósitos e crenças mais elevados. Pois é uma comunidade assim que será perene e vencedora no final.

Portanto, sejamos responsáveis pela nutrição dessa comunidade pois é ela que fará com que tenhamos resultados e crescimento verdadeiros e duradouros.

Um trabalho para 12 Hércules.

Vamos fazê-lo!

Silvio Celestino

Sócio-diretor da Alliance Coaching

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br

2 Comentários