Uma boa maneira do executivo desenvolver sua musculatura executiva é usar cada momento do ano para revisitar competências que precisa exercitar.
O fim do primeiro trimestre se aproxima e nos faz acelerar a atenção para os resultados.
Simultaneamente, o convite que a Quaresma nos faz para ingressarmos neste tempo de introspecção e sacrifícios também é um convite para exercitarmos focar prioridades e refletir sobre nossa conduta em relação aos propósitos da empresa e de nossa carreira.
Para o executivo, esses 40 dias são uma chance singular de conectar lições de humildade e resiliência aos desafios do mundo corporativo.
Alguns eventos recentes mostram a relevância desses temas.
Das negociações entre Zelensky e Trump à alta de recuperações judiciais no Brasil, as notícias recentes nos perguntam: o que realmente importa em nossa carreira, negócios e investimentos?
HUMILDADE EM XEQUE: O CASO ZELENSKY E TRUMP
No final de fevereiro, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky enfrentou Donald Trump em uma negociação tensa. Pressionado a ceder em acordos de paz e oferecer acesso a terras raras, Zelensky resistiu — até Trump suspender ajuda militar, forçando-o a recuar – inclusive ouvindo recomendações de outros membros da OTAN. O resultado? Um líder que voltou derrotado.
🌟 A Quaresma nos lembra que humildade, como a de São Francisco, o "Poverello", é abrir mão do ego por algo maior.
Para o executivo, isso significa saber ceder em negociações sem perder o foco no objetivo.
Já deixou o orgulho custar um cliente ou uma parceria? Como coach executivo, digo: ouça os mais experientes — eles já aprenderam que humildade estratégica é poder, não fraqueza. E aqui entra outro ponto crucial: falar a verdade.
Vejo que há uma certa dificuldade em dizê-la: o mundo real é injusto, acostume-se a isso. É evidente que um acordo de paz neste momento representa uma perda significativa para a Ucrânia.
Mas, o pior que pode acontecer com um líder não é assumir a derrota, mas é querer lutar até o fim. Alguém duvida que o fim dessa guerra seria o aniquilamento total da Ucrânia e a morte de milhões de pessoas?
Nenhum jogador de xadrez joga uma partida perdida até o fim. Ao perceber que os próximos lances necessariamente o levam à derrota, ele derruba seu rei e cumprimenta o adversário sabendo que haverá outras partidas.
No mundo real ocorre o mesmo, é o que está mais fraco que cede ao mais forte, não o contrário.
DESAPEGO E ESTRATÉGIA: A ONDA DE RECUPERAÇÕES JUDICIAIS
No Brasil, a realidade econômica aperta. Empresas como as do grupo Montesanto Tavares, do setor cafeeiro, pediram recuperação judicial em março, contribuindo para o recorde histórico desses casos.
Segundo Eduardo Scarpellini, sócio fundador da EXM Partners, consultoria especializada em reestruturação e recuperação de empresas: “O cenário é bastante crítico porque estamos falando do custo financeiro entre 16% a 19%, o que, para algumas empresas, se torna quase impagável.”
Com um governo incapaz de reduzir seus gastos e uma taxa de juros escorchante, qual deve ser o foco do executivo?
🔍 Este período de reflexão nos chama a desapegar do supérfluo e focar no essencial. Para investimentos, não seria o momento de ser mais conservador? Preservar-se de volatilidades e investir somente nos ativos que realmente conhece e domina?
Na carreira, corte o individualismo e invista no networking. E aqui vai um conselho: não faça tudo sozinho. As melhores práticas vêm de quem já passou por crises — siga os veteranos e peça ajuda quando precisar.
RESILIÊNCIA COMO ATIVO: LIDERANÇA NO DESERTO
Enquanto ucranianos lutam para não perder o país, no Brasil atravessamos nosso próprio deserto econômico – exceção aos amigos do rei, é claro.
Neste contexto, o mercado clama por líderes resilientes e lúcidos, capazes de adaptar estratégias às tendências de 2025, como o uso acentuado de tecnologias, revisão da maneira de implementar as perspectivas ESG e o freio em idéias globalistas.
Sem esquecer do recuo econômico – que não afeta todos os setores igualmente - da inflação persistente e do aumento severo da carga tributária que se aproxima.
💡 Quando estamos no deserto, a força vem de dentro, mas também de quem nos guia. Este tempo nos ensina a resistir com propósito. Para o executivo, isso é preparar a empresa para uma contração econômica e buscar conselheiros pessoais.
Reforço: os mais experientes já mapearam e conhecem a topologia do terreno a enfrentar — você não precisa reinventar o caminho, apenas segui-lo com sabedoria.
UM CONVITE À REFLEXÃO
No fim da Quaresma, celebraremos o sacrifício pelo bem maior. Que tal usar esses dias para sacrificar o orgulho, o excesso ou a ilusão de autossuficiência?
Seja na mesa de negociação, no planejamento financeiro ou na liderança, o tempo nos desafia a construir algo duradouro. E lembre-se: o executivo de sucesso não caminha sozinho — ele ouve, aprende e cresce com os que vieram antes.
🎯 O que você está desapegando neste período para evoluir como líder? Compartilhe nos comentários para sugerir boas idéias aos demais executivos.
Que este tempo nos torne mais humildes, resilientes e abertos à sabedoria.
Conte comigo para isso e vamos em frente!
Silvio Celestino - Advisor
Sócio-diretor da Alliance Coaching
Autor do livro: O LÍDER TRANSFORMADOR, como transformar pessoas em líderes
silvio.celestino@alliancecoaching.com.br
P.S.1. Se você é diretor ou gerente e gostaria de aumentar sua musculatura executiva para ser cada vez mais um executivo classe internacional, entre em contato conosco. Nossos programas de coaching executivo, palestras e seminários de liderança estratégica podem contribuir muito com você e sua empresa, seus resultados e aspirações de carreira. Ligue para nós!
P.S.2. Eu sei que, conforme o tempo passa, há outras notícias que chamam nossa atenção. Entretanto, o Sul não pode ser esquecido. Se você deseja contribuir com alguém que conheço e que está ajudando a famílias do Rio Grande do Sul – e que faz missões lá – sugiro o Padre Wagner Alves de Almeida, cujo pix é: 081.304.479-08 (CPF dele).
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