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TRABALHAR 80 HORAS POR SEMANA PARA TER SUCESSO?
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TRABALHAR 80 HORAS POR SEMANA PARA TER SUCESSO?

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Você concorda com a afirmação de Tallis Gomes de que você precisa trabalhar de 70h a 80h por semana para ter sucesso?

É claro que um discurso como esse parece um tanto deslocado das promessas daqueles que dizem que o uso das tecnologias fará as pessoas trabalharem menos.

Afinal, se tem algo que todos sonham é, uma vez que atinjam o padrão de vida sonhado, poder mantê-lo com menor esforço

NECESSIDADES

Como mencionei no artigo anterior, a principal necessidade financeira de todos é ter recursos até o fim da vida. E isso depende não apenas de saber trabalhar bem, mas de investir de forma a ter uma aposentadoria digna.

Infelizmente, a maioria não pensa nisso e as empresas também entendem que não é responsabilidade delas despertar o profissional para a solução desse problema.

Todos nós conhecemos atores, jogadores de futebol e outras celebridades que viveram na riqueza e terminaram seus dias pobres. Sendo o exemplo mais icônico Jorginho Guinle, herdeiro do Copacabana Palace que morreu na pobreza.

Mas, mesmo aqueles que terminaram seus dias com muito dinheiro, o segredo foi a quantidade de horas trabalhadas?

Aforismos como: “sucesso é 1% de inspiração e 99% transpiração”, permeiam nossa cultura. E, é claro que muitas horas de trabalho são observáveis naqueles que foram muito bem-sucedidos, como é o caso de Antônio Ermírio de Moraes que dedicava os domingos a visitar a enfermaria do Hospital Beneficência Portuguesa, que administrava a partir de uma reunião com o conselho às segundas-feiras. Os demais dias da semana eram dedicados ao Grupo Votorantim e à Companhia Brasileira de Alumínio

VOCÊ NÃO É SUA PROFISSÃO

Mas, será que todos desejam trabalhar tanto assim, sem ter tempo para mais nada?

Afinal, se é evidente que o trabalho é um meio relevante de nos expressarmos, também é evidente que não faz o menor sentido você chegar à fila do caixa de um supermercado e querer ser atendido primeiro porque você é o presidente de uma empresa.

Muitas pessoas são mais felizes ao serem reconhecidas como mães e pais do que como o fulano de tal da empresa “x”. Aliás, somente agora ao escrever que me ocorreu que “x” antigamente era uma empresa imaginária. Enfim, deixemos os detalhes de lado.

Também não é difícil observar que muitos têm o receio de que terão de trabalhar até o fim de seus dias para poder se sustentar – se sua saúde o permitir, é claro.

Mas, o sonho mesmo é trabalhar menos. Não necessariamente produzir menos, mas ter condições de gerar a renda desejada e poder usufruir dela de maneira equilibrada.

Certa vez, em meio a uma longa viagem de carro pelo interior do Brasil, minha e esposa e eu percebemos que 20 dias de férias são o suficiente para nós. Já estávamos há 25 dias na estrada e começamos a sentir saudades de São Paulo, de nossas famílias, casa, negócios, clientes e... restaurantes.

Além disso, também conhecemos pessoas, por vezes nossos parentes, que adoeceram devido ao trabalho.

Em geral, quando jovens, é normal acharmos que o dinheiro vem principalmente pela quantidade de horas trabalhadas. Eu mesmo, aos 17 anos, não tirava férias e não achava isso ruim, pelo contrário, o mês das férias era quando ganhava mais dinheiro.

Entretanto, não podemos esquecer daqueles que, ao tentar trabalhar menos para ganhar mais dinheiro optam por empreender sem o devido preparo.

Recentemente em uma reunião fui surpreendido ao ouvir de um executivo de RH que descobrira às duras penas que não servia para empreender, que era um bom empregado, mas um péssimo empresário. E um dos motivos para essa conclusão estava no excesso de temas a lidar e que consumiam toda sua vida quando empreendera.

Mas, então, qual a solução para achar esse equilíbrio?

CONTEXTO

Bem, a pergunta a responder é: o que devo considerar para decidir quantas horas trabalhar?

Mesmo quando ensino as melhores práticas de gestão de agenda aos meus clientes, minha maior preocupação é fazê-los entender o momento histórico e o contexto em que vivem.

Abaixo está o gráfico de quanto o dólar perdeu de valor no último século.

De 1913 a 2020, o dólar perdeu 97% de seu valor. O que significa que U$ 1 compra hoje o equivalente a US$ 0,03 de 1913. Na verdade, é menos porque o gráfico só mostra até 2020 e de lá para cá houve mais inflação nos Estados Unidos.

A tradução disso na prática é que o americano médio tem de trabalhar, ou produzir, 33 vezes mais do que seu par em 1913 para ter o mesmo padrão de vida.

Entretanto, o único povo que tem o privilégio de ter de trabalhar somente 33 vezes mais do que no começo do século XX é o americano, afinal todas as moedas abaixo já foram válidas no Brasil e, como toda moeda fiduciária, retornaram a seu valor intrínseco que é zero.

Ou seja, na prática, o brasileiro teria de trabalhar infinitas vezes mais do que seu par do século passado para ter o mesmo padrão de vida.

Somente não o fazemos por conta da tecnologia que, de fato, aumentou a produtividade humana em escala exponencial.

O que não significa necessariamente que trabalhamos menos, pelo contrário, as horas dedicadas ao trabalho estão aumentando – principalmente devido ao home office.

O que aconteceu é que produzimos muito mais e o uso da inteligência artificial deverá nos fazer ainda mais produtivos – mas, não tenha ilusões pois a desvalorização das moedas será ainda mais rápida com a implantação de moedas digitais controladas por bancos centrais e, portanto, o padrão de vida médio tende a continuar a cair.

Sob essa perspectiva a quantidade de horas que Tallis afirma ter de trabalhar para ter sucesso é insuficiente.

VOCÊ RECEBE POR HORA?

O segundo ponto a se refletir é se o indivíduo é um trabalhador que ganha o mesmo valor por hora ou se é um profissional cujo valor é dado pelo mercado em função do problema que resolve e do benefício que suas idéias e ações proporcionam.

Conversava com um ortopedista outro dia que me dizia que optara por trabalhar atendendo a poucos pacientes com ticket alto e que não atendia a planos de saúde. Entretanto, tinha um primo, também ortopedista, que trabalhava no interior de São Paulo, no SUS, e atendia a dezenas de pacientes por dia porque não queria ter um envolvimento maior com eles. E ambos são felizes com suas escolhas.

Portanto, a quantidade de horas trabalhadas também depende do tipo de rotina e relações que o indivíduo deseja desenvolver em sua profissão – e é claro que me refiro àqueles que podem fazer essa escolha.

Mas, outros fatores também limitam a quantidade de horas: sua idade e saúde evidentemente são condições de restrição.

FATORES ORDENADORES

Os fatores decisivos são o seu propósito, objetivos e vocação articulados às melhores práticas de gestão de agenda.

O seu propósito lhe dá uma imagem que lhe guia para a direção que deseja seguir. Seus objetivos colocam números nessa direção, ou seja, o que deseja obter e quando. A sua vocação lhe dá clareza do “para quê” você foi talhado a ser e, finalmente, as melhores práticas de gestão do tempo o permitem ordenar tudo isso na vida que deseja.

FATORES INCONTROLÁVEIS

Entretanto, isso tudo está submetido a um contexto econômico e geopolítico que você não controla. Portanto, estar muito atento a ele, compreendê-lo e aprender a ajustar o plano é um fator de sucesso.

É como em um jogo de xadrez, você deve pensar no longo prazo, agir no curto prazo e sempre imaginar uma má intenção do seu oponente em cada jogada.

Não me leve a mal, mas o contexto geopolítico e econômico é hoje controlado por pessoas tão pérfidas que você precisa se acostumar a pensar na maldade para poder defender-se e, é claro, ganhar delas sempre que possível.

Portanto, você ter o sucesso e a vida que deseja não é tão simples quanto decidir quantas horas trabalhar por semana. Mas é perfeitamente possível se entender o contexto no qual se encontra, escolher livremente seus propósitos e objetivos, aceitar sua vocação, compreender e levar em conta a perfídia por trás das pessoas que direcionam a geopolítica e a economia e usar as melhores práticas de gestão de tempo para ordenar e articular todo este cenário em uma agenda que faça sentido principalmente para os resultados que deseja de longo prazo.

Um trabalho para 12 Hércules.

Conte comigo para ajudá-lo nisso e vamos em frente!

P.S.1. Se você é gestor e gostaria de compreender melhor sua vocação, o contexto no qual se encontra para definir sua carreira e ter uma agenda capaz de gerar os resultados e a vida que deseja, entre em contato conosco para conhecer nosso programa de coaching executivo, nossas formações em liderança, master class em geopolítica para executivos e curso sobre gestão de agenda. Com eles você vai aumentar sua musculatura executiva e ter a força necessária para fazer seus negócios e carreira irem mais alto.

WhatsApp: (11) 9 8259 8536

e-mail: silvio.celestino@alliancecoaching.com.br

P.S.2. Nos bastidores do "O EXECUTIVO", sempre estamos prontos para discutir estratégias e soluções personalizadas para suas necessidades de desenvolvimento. Estamos aqui para ajudá-lo a transformar desafios em oportunidades. Entre em contato para conversarmos sobre como ajudá-lo.

P.S.3. Eu sei que, conforme o tempo passa, há outras notícias que chamam nossa atenção. Entretanto, o Sul não pode ser esquecido. Se você deseja contribuir com alguém que conheço e que está ajudando a famílias do Rio Grande do Sul – e que faz missões lá – sugiro o Padre Wagner Alves de Almeida, cujo pix é: 081.304.479-08 (CPF dele).

Silvio Celestino

Sócio-diretor da Alliance Coaching

Autor do livro: O LÍDER TRANSFORMADOR, como transformar pessoas em líderes

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br

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