O EXECUTIVO
O EXECUTIVO Podcast
TABUS CORPORATIVOS ESCONDEM TEMAS ESTRATÉGICOS 🚀
0:00
-8:39

TABUS CORPORATIVOS ESCONDEM TEMAS ESTRATÉGICOS 🚀

Obrigado a todos que enviaram mensagens pela minha pronta recuperação. Estou bem. Deus os abençoe.

Vamos ao tema de hoje:

Na “Suécia”, se você criticar o sistema eletrônico de apuração e alertar que ele é inconstitucional, inauditável e incompreensível ao homem comum poderá ser repreendido e até preso por um certo juiz cabeludo.

Portanto, este tema é um tabu por lá, ou seja, algo sobre o qual não se fala.

Como executivo, você já percebeu que certos temas também são evitados em sua empresa, mesmo sendo cruciais para o sucesso?

Vamos explorar esses tabus corporativos que, se ignorados, podem gerar insatisfações silenciosas e comprometer resultados.

Afinal, não estaria neles uma chave importante para o quiet quitting – demissão silenciosa - e a falta de desejo das pessoas tanto de trabalhar nas empresas quanto de ser gerentes?

PROMOÇÕES INDESEJADAS🤔

Imagine um profissional talentoso que teme recusar uma promoção por medo de ser visto como descomprometido.

Há 15 anos, durante uma primeira sessão de coaching, um VP de operações me confidenciou que não queria assumir o cargo de CEO, mas receava que sua recusa prejudicasse sua carreira.

Há cerca de 2 anos, conheci uma executiva nos EUA que enfrentou algo semelhante: promovida a um cargo C-level contra sua vontade, acabou sofrendo burnout. Entre outras atividades, tinha de acompanhar o presidente da empresa em jogos de golfe com os maiores clientes.

Quando investiguei o motivo de sua promoção, descobri que fazia parte do bônus do CEO uma meta de diversidade no nível executivo, por isso ele a promoveu

Esses casos revelam uma falha comum: a falta de escuta ativa nas empresas e um ambiente seguro para as pessoas expressarem seus reais desejos de carreira.

Quando não ouvimos tais os desejos, corremos o risco de decisões desalinhadas que afetam a saúde mental e a produtividade.

Essa questão se torna ainda mais delicada quando falamos de mulheres que priorizam a maternidade.

Algumas não encontram na empresa o apoio necessário para conciliar suas escolhas pessoais com a carreira, o que as leva a buscar outros caminhos, como uma executiva que deixou seu cargo para se tornar coach e viver a maternidade que desejava.

Na verdade, já ouvi executivas sentirem-se constrangidas por discursos que procuravam forçar um consenso de que ser executiva era o topo da vida de uma mulher.

Como líder, reflita: sua empresa cria espaço para que os colaboradores expressem seus verdadeiros objetivos sem receio?

PRIVACIDADE🔒

A importância de ouvir os colaboradores se conecta diretamente a outro tema sensível: a privacidade.

Em um evento recente, uma executiva de RH lamentou que alguns profissionais optassem por “prefiro não dizer” ao preencher o campo de gênero em fichas cadastrais.

Isso me levou a questionar: por que exigimos que todos revelem informações tão pessoais? Se cerca de 50% da população é introvertida, forçar a exposição de algo íntimo, como a orientação sexual, pode ser desrespeitoso e não agrega valor à performance.

Também já tive o caso de um CEO que era evangélico e para o qual foi pedido pela matriz inglesa que ele colocasse no seu perfil de LinkedIn o seu pronome.

Ele se recusou pois não era homossexual e sentia-se ofendido em sua crença religiosa com essa solicitação. Aliás, pelo visto, os cristãos em geral e os católicos em particular são os únicos grupos que parecem que não precisam ser respeitados pelas regras de diversidade.

Respeitar essas escolhas é essencial para construir uma cultura verdadeiramente inclusiva.

Como sua empresa equilibra a promoção da diversidade com o respeito à privacidade individual?

ENCONTRANDO O EQUILÍBRIO ⚖️

A busca por inclusão nos leva a outro ponto delicado: as políticas de diversidade precisam de contexto para serem justas.

Recentemente, uma empresa celebrou alcançar 29% de gestores negros, mas, segundo o IBGE, a população negra no Brasil representa 10,2%.

Metas descontextualizadas podem distorcer prioridades e gerar questionamentos.

Em meu podcast, uma CEO destacou que a excelência deve ser o principal critério para promoções, independentemente de outras características.

A verdadeira inclusão respeita todas as perspectivas, alinhando diversidade à meritocracia. Como sua empresa garante que suas políticas sejam justas e estratégicas?

IA NO RH: PREPARADOS PARA O FUTURO? 🤖

A necessidade de equilíbrio se estende ao impacto da tecnologia no mundo corporativo.

Um exemplo marcante é a IBM, que substituiu 8.000 funcionários de RH por inteligência artificial, confirmando em meados deste mês de maio o que havia planejado em 2023.

Esse movimento sinaliza uma tendência que pode se repetir em outras empresas.

Por este motivo, achei estranho, em um evento de CHROs – Chief Human Resources Officer - falarmos sobre liderança feminina, diversidade, futuro do trabalho e home office versus trabalho presencial, e não mencionarmos o que está sendo feito para a requalificação dos profissionais da área.

Em 23 anos como coach executivo, observei que profissionais de RH raramente investem em coaching executivo ou mentoria, menos inclusive do que profissionais de Tecnologia.

Se a automação está transformando o setor, como os times estão se requalificando para enfrentar esse futuro?

Como executivo, reflita: sua equipe de RH está preparada para navegar essas mudanças e liderar com estratégia?

QUEBRANDO TABUS COM CORAGEM E EMPATIA

Os tabus corporativos são desafios complexos, mas também oportunidades para construir empresas mais humanas e que respeitem a cultura brasileira.

Enfrentá-los exige coragem para ouvir, empatia para respeitar diferenças e uma visão estratégica para transformar insatisfações em resultados.

Identifique os temas evitados em sua organização e inicie conversas – preferencialmente one-to-one, pois em diálogos em grupo somente ouvirá os extrovertidos.

Embora não estejamos em “Estocolmo”, sinto que há questões e assuntos que são tabus no meio corporativo.

E se você fizer certas perguntas ou levantar o tema, as pessoas o olham com reservas.

Mas, um bom executivo deve ser capaz de observar a realidade como ela se apresenta, tocar nas feridas e tomar as decisões que são melhores para os resultados.

E isso, muitas vezes, significa falar sobre o que as pessoas não conversam, mas que podem estar criando insatisfações mudas que, no momento mais improvável, virão à tona.

Vejo o quanto de pessoas que não querem mais trabalhar em grandes empresas e muito menos serem promovidas. Não estaria nesses tabus um fator importante para isso?

Portanto, que temas são esses em sua empresa?

Com educação, respeito e um profundo senso de apreço pelas perspectivas diferentes, avalie se não há algo sendo evitado e que pode lhe causar grandes dores de cabeça no futuro.

Um executivo deve ser capaz de conversar sobre qualquer assunto e, acima de tudo, ter uma perspectiva estratégica para cada um deles.

Conte comigo para isso e vamos em frente! 🚀

Silvio Celestino - Advisor

Sócio-diretor da Alliance Coaching

Autor do livro: O LÍDER TRANSFORMADOR, como transformar pessoas em líderes

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br

P.S.1. Se você é diretor ou gerente e gostaria de aumentar sua musculatura executiva para ser cada vez mais um executivo classe internacional, entre em contato conosco. Nossos programas de coaching executivo, mentoria, palestras e seminários de liderança podem contribuir muito com você e os resultados da empresa. Ligue para nós!

E, é claro, se você gosta do meu trabalho, deixe um comentário, dê um like e compartilhe. E se inscreva no Canal O EXECUTIVO.

Um grande abraço e vamos em frente!

P.S.2. Conecte-se comigo em outras redes: TIKTOK ; SPOTIFY

Discussão sobre este episódio