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A INDIFERENÇA É UM DOS MAIORES PERIGOS PARA OS NEGÓCIOS
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A INDIFERENÇA É UM DOS MAIORES PERIGOS PARA OS NEGÓCIOS

Você sabe como lutar contra ela?

Quão envolvidos com o negócio de sua empresa estão seus colaboradores?

Ao conversar recentemente com investidores e empreendedores em corporações de diversas áreas observo um germe crescente, incompreensível e corrosivo: a indiferença profissional.

Em uma conversa com sócios de uma agência de comunicação, eles se lamentavam a respeito dessa questão porque não queriam que o negócio se transformasse nas grandes corporações das quais vieram pois elas se preocupavam somente com a performance financeira.

Nesses lugares de seus passados, o envolvimento, a paixão pela criatividade como solucionadora dos problemas dos clientes e o esforço genuíno para entregar o trabalho com excelência haviam desaparecido.

O importante era o dinheiro... e só o dinheiro.

Embora a perspectiva financeira seja vital, sozinha nos corações dos funcionários transforma a empresa para eles em um caixa eletrônico. Isto é, poderão sacar seu dinheiro de qualquer lugar, não precisa ser necessariamente na companhia em que estão.

Mas, como criar uma cultura marcante e inspiradora em um ambiente onde somente o dinheiro conta?

Sem essa cultura não teremos a excelência tão necessária para nos tornarmos relevantes para os clientes.

Pior que isso, eles não terão um ponto de apoio em uma pessoa conhecida dentro da empresa para resolver seus problemas. Afinal, ela terá partido para um novo caixa eletrônico, digo, companhia, e o seu substituto provavelmente fará o mesmo em um futuro próximo.

Neste cenário, onde estão as conexões, a paixão e o coração do negócio?

A INDIFERENÇA COMO INIMIGA

Em geral a indiferença se instala silenciosamente e enfraquece a inovação, o comprometimento e a integridade das pessoas com a missão da empresa.

Quando o colaborador está envolvido apenas superficialmente, suas capacidades ficam limitadas apenas ao que é visto. Isto é, torna-se um ator que entrega o mínimo necessário para não ser demitido e finge empenhar-se, mas com total falta de brilho, vigor ou capacidade de ir além do que lhe é pago.

Em contraste, em ambientes que respiram paixão e comprometimento, os colaboradores são capazes de superar desafios significativos e alcançar metas que parecem inatingíveis para outros. Parecem, em alguns casos, verdadeiros personagens de um filme épico.

O germe da indiferença pode estar em dois focos principais.

A INDIFERENÇA FOMENTADA PELO COLABORADOR MAU

Em primeiro lugar naqueles profissionais que, com idéias enviesadas a respeito do mundo empresarial, pregam nas sombras a discórdia, a inveja e a maledicência contra a empresa e principalmente seus líderes.

Cordiais e carismáticos em público, são difíceis no dia-a-dia, falam “não” a toda nova proposição e procuram sempre criar ao redor de si a idéia de que são diferentes, e inteligentes demais para serem compreendidos porque estão preocupados com “algo” maior.

Essas pessoas que imaginam ter um “eu observador” e superior a todos fazem muito mal à alma dos demais colaboradores. Quer seja porque os influenciam ou porque são insuportáveis àqueles que não comungam de suas idéias e perfídia.

Os gerentes devem ter um radar aguçado para identificar e sacar de seus times pessoas com essa característica pois são elas que destroem o clima organizacional e, no longo prazo, fomentam a indiferença a tudo que diz respeito ao negócio. Isto é, o bom atendimento ao cliente, a entrega com qualidade e a preocupação com a perenidade da empresa.

A INDIFERENÇA PODE SURGIR DO LÍDER

Mas, o segundo foco desse problema pode ser o próprio executivo.

Quando a liderança da empresa foca somente os resultados para si, sua carreira e seu dinheiro, é evidente que isso não é nada inspirador para o time.

É claro que isso pode advir de um caráter deficiente do líder, e neste caso não há o que ser desenvolvido, mas também pode ser a indiferença dele com temas mais sofisticados de liderança, como a sua capacidade de motivação e de dar feedbacks positivos.

Eu nunca esqueci um vídeo que assisti há mais de dez anos do Steve Jobs falando sobre o quanto os grandes mestres da arte, como Michelângelo e Da Vinci, tinham feito suas grandes obras-primas na idade madura.

Ele se preocupava com o fato de que a Apple estava envelhecendo e temia que ela deixasse de ser a empresa que fazia os produtos mais inspiradores e relevantes principalmente para aqueles que deveriam usar a tecnologia, mas não eram engenheiros.

Ele traçava paralelos entre como a genialidade se desenvolvia nesses grandes artistas ao longo de seu envelhecimento e como isso era intrigante e incompreensível ao homem comum que via somente o resultado de suas obras.

Ao final de sua apresentação ele concluía que também para ele, a genialidade daqueles indivíduos era incompreensível, entretanto, ele não tinha dúvidas de que, se esses artistas tivessem um computador, ele seria um Apple.

Quão inspirador deve ter sido para os colaboradores da empresa ouvirem aquela história e sentirem-se parte do time que desenvolve produtos para mestres em suas artes usarem?

Você como executivo deve ser capaz de fazer o mesmo.

Foto: Flávio Muniz, Sócio Fundador da Figtree Capital, no podcast do canal O EXECUTIVO - Análise do mês de março para os investimentos.

SEJA UM BOM CONTADOR DE HISTÓRIA

Para quem seus profissionais trabalham? Para quem desenvolvem, vendem e entregam seus produtos e serviços?

Quais as necessidades de seus clientes e por que elas são importantes?

E como conectar as respostas a essas perguntas com a importância de cada colaborador para que isso tudo aconteça?

São questões que os executivos devem ser capazes de responder com profundidade, paixão e histórias exemplares para nutrir, cativar e fazer seus colaboradores se engajarem.

Quem nós somos é uma história e os objetivos empresariais quando esclarecidos e apresentados de forma mobilizadora podem atrair corações para que a nossa se desenvolva em conjunto.

Essa capacidade de contar histórias e mobilizar pessoas precisa ser desenvolvida pelos executivos.

As metas financeiras podem atrair e reter talentos. Mas, se for somente isso que a empresa oferece, as pessoas se sentirão pobres em todas as suas outras dimensões: em suas famílias, seu coração e, principalmente, em sua alma.

Portanto, esta é uma perspectiva que está em suas mãos desenvolver e nutrir.

Qual a história que você deseja contar com seu time?

Afinal, seu papel, como líder vai muito além da gestão do cotidiano, você é responsável por cultivar, desafiar, inspirar e principalmente conectar pessoas.

É essa conexão que faz com que elas saiam da indiferença e percebam que são relevantes para os clientes e que cada uma delas conta.

Que seu time, graças a você, possa viver uma história como nenhum outro jamais viveu e como nenhum outro jamais viverá.

Conte comigo para isso e vamos em frente!

Silvio Celestino

Sócio-diretor da Alliance Coaching

Autor do livro: O LÍDER TRANSFORMADOR, como transformar pessoas em líderes

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br

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