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A CULPA É DO EXECUTIVO?
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A CULPA É DO EXECUTIVO?

OU DOS PAIS, FAMÍLIAS E PROFESSORES TAMBÉM?

Lembro, no primeiro ano da Escola Técnica Federal de São Paulo, de um amigo que era bem grande para sua idade. Muito brincalhão, gostava de intimidar os demais com sua força e tamanho.
Entretanto, acabou desistindo do curso técnico. O motivo foi que ficava tão nervoso antes das provas que desabava em prantos e problemas gástricos.

A culpa era do professor?

Pouco provável, os demais alunos faziam as provas sem grandes questões emocionais – embora, de fato, fosse cansativo e competitivo, principalmente no primeiro ano, cujas médias definiam quem poderia escolher o curso de especialização nos anos seguintes.

Lembro que tinha um professor que dizia: vocês não trabalham, portanto, têm tempo de sobra para estudar – é verdade, mas também queríamos jogar fliperama.

O QUE HÁ COM OS PROFISSIONAIS?

Neste ano de 2025, foi grande a quantidade de executivos que reclamaram da performance de profissionais em seus times.

As queixas recorrentes podem ser listadas como:

- Têm um resultado desafiador para atingir

- Um ou mais membros da equipe não performam

- Quando dá feedback o profissional não aceita ou tem inúmeras desculpas

- Se cobra excelência, inclusive de profissionais sêniores que cometem erros repetidos e inaceitáveis para seu nível, é criticado

- Se pede empenho como eventualmente o trabalho em horas extras ou no fim de semana, houve mais recusas e má vontade do que prontidão

- Se cobra o prazo combinado para execução da tarefa é visto como alguém que está pressionando

- Se insiste na cobrança a pessoa começa a ter problemas como dores de cabeça e indisposições

- Na sequência, o profissional pede alguns dias ou afastamento por “Burnout”

O PAPEL DO EXECUTIVO

Em um cenário como esse devemos questionar se os executivos estão capacitados em liderança:

- Sabem e possuem recursos suficientes para dimensionar a equipe em acordo com a carga de trabalho?

- Sabem se comunicar, dar feedback e motivar pessoas?

- Conseguem adaptar a comunicação entre múltiplas gerações?

O que tenho observado é que as empresas têm procurado formar melhor seus líderes – neste ano aumentou significativamente a demanda por cursos de formação de executivos como mentores internos – o que é uma excelente ferramenta para elevar o repertório de competências do gestor.

Mas, se o executivo está sendo melhor formado, qual o papel do profissional?

E A PARTE DO PROFISSIONAL?

Em primeiro lugar é importante salientar que há escassez de bons profissionais para as empresas.

Tenho encontrado engenheiros recém-formados como motoristas de Uber. Profissionais de TI apostando em startups de IAs e os de comunicação na carreira de Youtuber.

Na base da pirâmide, um contingente sustentado pelo bolsa família que não quer se registrar porque perderia o benefício.

E um número crescente, estimo em 30%, com baixa capacidade de lidar com estresse, pressão por resultados e entregar excelência no que faz.

UMA EQUAÇÃO DIFÍCIL

Conversei com uma herdeira que é da geração Z se isso reflete o que ela vê em seus amigos de mesma idade e ela confirmou.

Inclusive se preocupava com o fato de que, no futuro, quando assumir as empresas de sua família – não sabe se poderá contar com seus amigos de faculdade para ajudá-la.

A CULPA É DO EXECUTIVO?

Mas, como estão sendo desenvolvidas essas pessoas desde o berço?

Em primeiro lugar vejo que as famílias têm dificuldade de desenvolver emocionalmente as crianças.

Aprender a lidar com a frustração logo nos primeiros anos é como entrar em uma academia para a vida. Dentro de casa, o “não” vindo dos pais é com amor, na vida, pode vir com uma dureza implacável.

Na família você acostuma a pessoa a viver as frustrações como o exercício com anilhas de 1 a 5 Kg. Na escola elas deveriam subir para 20 a 40 Kg. Até chegar no mundo corporativo onde são de 50 para cima.

Entretanto, nas escolas e faculdades já começam os problemas: somente recentemente soube que em algumas instituições os professores têm de andar com seguranças para evitar agressões físicas de alunos – que tipo de profissional será um aluno que responde com agressões físicas uma nota baixa ou uma reprimenda do professor para que fique quieto em sala?

E para que tipo de vida os pais preparam seus filhos se os defendem mesmo quando estão errados perante a professores?

A resposta, é o que vemos – profissionais que não aguentam os desafios do duro terreno empresarial.

E com todo esse foco doentio dos professores em falar mais sobre sexualidade, racismo e clima, afastam os jovens do aprendizado da correta língua portuguesa, da literatura – para aumentar a imaginação dos alunos e deste modo sua compreensão da realidade – da retórica, sem esquecer da matemática, física e demais ciências.

Os temas a que estão expondo nossos jovens os estão deixando fracos intelectualmente e emocionalmente.

Um pai faz melhor a seu filho educando-o em casa do que participando dessa loucura que tomou as escolas.

Em geral, ouço pessoas dizer de maneira mecânica que “o mundo mudou”, agora essa nova geração é assim mesmo.

E não se perguntam:

- Mudou quando?

- Quem disse isso?

- Mudou por que e por quem?

Não percebem que estão dentro de uma gigantesca máquina de comunicação e acabam por aceitar idéias estapafúrdias e sem força para ir contra.

O LÍDER TRANSFORMADOR

Por isso os líderes, inclusive das famílias, precisam aplicar o conceito de liderança transformadora que diz que: o líder transformador é aquele que percebe as transformações a sua volta. As estuda com profundidade e as classifica entra aquelas que vai aceitar e as que vai rejeitar. E altera sua liderança em acordo com elas, auxiliando outros a se transformarem em líderes também.

O líder transformador é, portanto, um educador. E educar leva tempo.

ESQUEÇA O SISTEMA

Se estamos dentro de um sistema muito forte que procura, por meio de uma comunicação maciça, alterar nossa cultura e valores imutáveis de nossa civilização, não devemos lutar contra ele ou tentar mudá-lo.

A ação mais eficaz é você criar seu próprio sistema e viver nele.

É deste modo que pais e professores bem intencionados conseguem fazer a diferença.

Mas, o fato é que, no mundo empresarial receberemos as pessoas oriundas deste quadro complexo e que irá demorar para melhorar.

É evidente que o executivo – mesmo bem preparado para a função - acaba não tendo material humano em quantidade suficiente para desenvolver profissionais de excelência e novas lideranças classe internacional.

Não é de se estranhar o aumento de diretores e gerentes estressados com a equipe que possuem.

Portanto, é importante que tenham o apoio necessário para sua gestão.

O RH PRECISA FICAR DO LADO DO EXECUTIVO

No início do ano, duas diretoras reclamaram para mim do mesmo problema:

- Uma delas pediu autorização ao presidente para demitir 30% de seu time

- Outra não sabia mais o que fazer para um certo profissional performar pois ele sempre acabava por reclamar da pressão e pedia afastamento por burnout. No mesmo time havia profissionais que fingiam trabalhar à noite somente para tirarem a sexta-feira off – sem pedir autorização.

Mas, o que conectava ambas – em empresas diferentes – é que os RHs acreditavam mais nos profissionais do que nas executivas.

Isto é, diziam que o problema estava nelas e não nos membros da equipe.

Isso é algo preocupante: os executivos estão cada vez mais estressados não com os desafios do negócio mas com a equipe – e os RHs não estão sendo isentos na avaliação do contexto.

O resultado é que as decisões de demissão e substituição de profissionais estão se tornando mais um fator a desgastar os líderes, em um momento de contração econômica.

Neste caso, o mais recomendável é burocratizar o diálogo com os profissionais, registrando suas ações e reações para poder mostrar ao RH evidências de que está utilizando as melhores práticas de gestão e que são os profissionais que não estão correspondendo.

E os RHs precisam estar atentos não apenas ao estresse dos profissionais, mas também dos executivos – e que eles estão sob uma pressão por resultados com equipes cada vez menos qualificadas.

Acima de tudo, o RH deveria ouvir mais as queixas dos executivos e não focar tanto a implementação de idéias vindas de organismos como ONU e Fórum Econômico Mundial – que em geral têm muito pouca conexão com a cultura brasileira.

A LUZ NO FIM DO LONGO TÚNEL

Diante desse quadro complexo, cada um de nós tem de fazer sua parte.

Considere como possibilidade alguns caminhos:

Vamos ser responsáveis na hora de formar uma família e de mantê-la. Ela é a célula da civilização – e se a família está com problemas – a civilização sofre.

Escolher bem seu cônjuge para ter uma família bem estruturada e paz de espírito.

Os pais formarem melhores filhos – e famílias ordenadas ajudam bastante nesta tarefa.

Dar preferência para educar os filhos dentro de casa – hoje há inúmeras orientações de como fazê-lo.

Escolher faculdades e universidades que se preocupam com a formação moral do jovem – prefira as mais conservadoras nesse sentido. Embora, sinceramente, não vejo nenhuma que não tenha uma agenda escondida e que polui a mente dos jovens com todo tipo de barbaridade.

Os jovens têm de se preocupar em se aprofundar em uma área de atuação antes de querer ser generalista ou estratégico – deixem isso para a maturidade.

Os executivos devem buscar as melhores práticas internacionais de liderança e aplicá-las com as devidas adaptações à cultura brasileira.

Os RHs devem ser atentos às demandas dos profissionais, mas desconfiar menos dos executivos e colocar suas queixas na balança na hora de compreender a situação, trabalhar em parceria e evitar julgamentos prévios.

Finalizando, não existe uma fórmula mágica para resolver os complexos problemas em que o país se meteu – e que acabam por impactar as lideranças executivas e empresariais. Não há chute que valha sete gols, portanto, se você está perdendo de 7 x 1, terá de admitir a derrota, entender a situação, se preparar melhor, trocar as peças do time, ou o treinador, e trabalhar duro e por muito tempo.

Mas, se ninguém tomar passos na direção do propósito de melhorar as coisas, continuaremos rumo ao abismo.

E quando estamos diante do abismo, evoluir significa engatar a ré. Talvez seja esse passo em direção ao que funcionou no passado que esteja faltando, não para jogar toda a modernidade na lata do lixo, mas ficar somente com o que é saudável e recuperar o que jamais deveríamos ter abandonado.

Conte comigo para isso — e vamos em frente!


Silvio Celestino – Diretor da Alliance Coaching

Autor do livro: O LÍDER TRANSFORMADOR, como transformar pessoas em líderes

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br

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E, é claro, se você gosta do meu trabalho, deixe um comentário, dê um like e compartilhe. E se inscreva no Canal O EXECUTIVO.

Um grande abraço e vamos em frente!

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